Mostrar mensagens com a etiqueta Mafalda Veiga. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mafalda Veiga. Mostrar todas as mensagens

abril 11, 2006

Cúmplices

A noite vem às vezes tão perdida
E quase nada parece bater certo
Há qualquer coisa em nós inquieta e ferida
E tudo o que era fundo fica perto
Nem sempre o chão da alma é seguro

Nem sempre o tempo cura qualquer dor
E o sabor a fim do mar que vem do escuro
É tantas vezes o que resta, do calor

Se eu fosse a tua pele
Se tu fosses o meu caminho
Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho

Trocamos as palavras mais escondidas
Que só a noite arranca sem doer
Seremos cúmplices o resto da vida

Ou talvez só ate amanhecer
Fica tão fácil entregar a alma
A quem nos traga um sopro do deserto
Olhar onde a distância nunca acalma
Esperando o que vier de peito aberto

Se eu fosse a tua pele
Se tu fosses o meu caminho
Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho

Mafalda Veiga

março 22, 2006

Por Outras Palavras

Ninguém disse que os dias eram nossos
Ninguém prometeu nada
Fui eu que julguei que podia arrancar sempre
Mais uma madrugada

Ninguém disse que o riso nos pertence
Ninguém prometeu nada
Fui eu que julguei que podia arrancar sempre
Mais uma gargalhada

E deixar-me devorar pelos sentidos
E rasgar-me do mais fundo que há em mim
Emaranhar-me no mundo
E morrer por ser preciso
Nunca por chegar ao fim

Ninguém disse que os dias eram nossos
Ninguém prometeu nada
Fui eu que julguei que podia arrancar sempre
Mais uma gargalhada

E deixar-me devorar pelos sentidos
E rasgar-me do mais fundo que há em mim
Emaranhar-me no mundo
E morrer por ser preciso
Nunca por chegar ao fim

Mafalda Veiga

janeiro 02, 2006

Por te Rever


Quisera roubar-te essas palavras e morrer
Trazer-te assim até ao fim do que eu puder
E começar um dia mais eternamente
Por te rever, só
Pudesse eu guardar-te nos sentidos e na voz
E descobrir o que será de nós
E demorar um dia mais eternamente
Por te rever, só
Quisera a ternura, calmaria azul do mar
O riso o amor o gosto a sal o sol do olhar
E um lugar pra me espraiar eternamente
Por te rever, só
Pudesse eu ser tempo a respirar no teu abraço
Adormecer e abandonar-me de cansaço
Quisera assim perder-me em mim eternamente
Por te rever, só

Mafalda Veiga

dezembro 13, 2005

Fragilidade


Talvez pudesse o tempo parar
Quando tudo em nós se precipita
Quando a vida nos desgarra os sentidos
E não espera, ai quem dera

Houvesse um canto para se ficar
Longe da guerra feroz que nos domina
Se o amor fosse como um lugar a salvo
Sem medos, sem fragilidade
Tão bom pudesse o tempo parar
E voltar-se a preencher o vazio
É tão duro aprender que na vida
Nada se repete, nada se promete
E é tudo tão fugaz e tão breve

Tão bom pudesse o tempo parar
E encharcar-me de azul e de longe
Acalmar a raiva aflita da vertigem
Sentir o teu braço e poder ficar

E é tudo tão fugaz e tão breve
Como os reflexos da lua no rio
Tudo aquilo que se agarra e já fugiu
É tudo tão fugaz e tão breve

Mafalda Veiga