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novembro 20, 2006

Última Lágrima

Dia haverá, que ao acordar de manhã,
pensarei em outras coisas que não sejam você.
Que não indagarei mais o porquê,
que terei transcendido esta saudade.
Que não sentirei por você, mais nada,
nem ao menos amizade...

Dia haverá, que não precisarei mais
saber como você tem passado:
Se feliz ou triste, se contente ou amuado.
Que não perguntarei mais de você
a ninguém, porque pouco me importará
se você estiver passando mal ou bem...

Dia haverá, que não pedirei mais a Deus
que você me escreva, que me ligue,
me procure ou dê sinal de vida.
Que não abrirei mais as cartas na mesa,
no afã de encontrar uma saída.
Que não precisarei mais lhe contar os detalhes
aqui da minha lida...

Dia haverá, que você estará banido da minha mente,
do meu destino, das minhas noites insones.
Que conseguirei olhar as estrelas,
sem chorar e sem gritar seu nome.
Que terei me sobreposto e dizimado este fadário.
Na última lágrima,
Na última conta do meu rosário.


Fátima Irene Pinto

janeiro 24, 2006

O Meu Jeito de Amar


Não quero mais drama nem sofrimento
Antes, quero crescer na alegria
e no transbordamento
Não quero mais declinar
melindres e impossibilidades
Antes, quero um amor
cuidado, partilhado,
pleno de mutualidade...
Não quero mais invejar
casais de namorados
Não quero mais caminhos
sinuosos, afunilados
Quero o amor que chegue
e que se faça ousado
Que irrompa nas curvas deste
meu corpo esfomeado...
Não quero mais desperdiçar
anos valiosos da minha vida
Não quero mais sentimentos
insustentáveis de menos valia
Quero falar de alegrias
e de palpáveis devaneios
Quero o homem amado, saciado...
repousando nos meus seios!!!!

Fátima Irene Pinto

janeiro 19, 2006

Evidências


Quem ama sente ciúmes,
Muito ou pouco não importa,
Mas sente sim.
Quem deixou de amar
Já não se importa e deixa o outro
Totalmente à vontade,
Para que ele próprio possa estar também assim.

Quem ama - vez por outra -
Dá uma patrulhada no território
E delimita as suas fronteiras.
Quem deixou de amar
Já não fiscaliza, é frio,
Controlado e jamais perde as estribeiras.

Quem ama sempre acha tempo
E encontra um jeito
Para estar com seu amor.
Quem deixou de amar
Vai postergando sem pressa,
Deixando que o vento sopre a seu favor.

Quem ama faz perguntas pessoais
E usa muito o pronome "nós".
Quem deixou de amar
Conversa banalidades
E esquece o significado
Do advérbio "a sós ".

Quem ama quer saber da vida do outro
Com detalhes e transparência.
Quem deixou de amar
Se esquiva e não cobra do outro mais nada,
Nem ao menos coerência.

Quem ama é pródigo em e-mails, telefonemas
E com muito carinho dá um jeitinho
De marcar presença.
Quem deixou de amar
É pródigo em desculpas e pretextos
Com os quais passa um verniz
Para disfarçar a indiferença.

Quem ama é naturalmente fiel
E está sempre voltado
Às necessidades do outro ser.
Quem deixou de amar
Só é fiel a si próprio
E ao seu bem estar
E já não percebe os danos que causa,
Querendo ou sem querer.

Quem ama, mas não pode corresponder
Por imperativos das circunstâncias,
Abre o jogo e usa de sinceridade.
Quem deixou de amar
Não descarta o outro do baralho,
Para o caso de uma eventualidade.

Será que neste momento
Tu Amas ou deixaste de Amar?
Se já não Amas,
Com certeza irás te calar
Ou talvez até dizer:

- Face ao exposto, nada tenho a declarar!!

Fátima Irene Pinto

novembro 15, 2005

Solidão


Solidão não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo :
isso é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos
pela ausência de entes queridos
que não podem mais voltar :
isso é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe,
às vezes, para realinhar os pensamentos :
isso é equilíbrio.

Tampouco é o claustro involuntário que o destino
nos impõe compulsoriamente, para
que revejamos a nossa vida:
isso é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado:
isso é circunstância.

Solidão é muito mais que isso.

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos
e procuramos, em vão, pela nossa Alma.

Fátima Irene Pinto

novembro 12, 2005

Metade Ideal

Amei-te porque em ti, minha impetuosidade encontrou refreio
Porque tua doçura retemperou a intrepidez dos meus anseios
E tua serenidade mesclou de paz meu turbilhão.
Aprendi contigo que o silêncio, às vezes é de ouro
Na tua quietude descobri mais um tesouro
E na tua disciplina, a sábia voz de um pai ou um irmão.
Amei o encanto da tua fala, a magia do teu sorriso
Amei o teu retrato, a tua prudência e até a tua timidez
Amei o teu jeito único
E mil vezes eu te amaria outra vez.
Humana, também amei o invólucro que aninha teu ser
E assim, amei teu corpo, teus olhos, teu cheiro
Amei em ti o que não morre, e o que em ti, há de perecer.
Já não questiono se tua ausência é um bem ou um mal
Apenas submeto-me passiva, ao traçado do meu destino
Que aparta-me de ti e me priva da minha METADE IDEAL.


Fátima Irene Pinto