julho 31, 2006

Quando Choro

Hoje chorei...

Chorei de alegria porque te li...
Chorei de tristeza porque não te vi...
Choro agora porque não estas aqui...
Choro agora porque te perdi...

As lágrimas escorrem-me pelo rosto,
parecem queimar enquanto passam pela pele...
Cada lágrima, uma palavra tua...
Cada ardor, o minuto que passo sem ti...


Poema retirado com a devida autorização do blog:

http://criadorsonhos.blogspot.com/

julho 27, 2006

Chegou ao Fim o Que Mal Começou

Chegou ao fim nossa história de amor
que mal começou,
não porque não quis
mas porque não pôde acontecer...

Chegou ao fim nossos sonhos
ou foram só meus os sonhos?
Não sei dizer...
Mas prefiro acreditar que foram nossos os sonhos...

Chegou ao fim o que nem teve oportunidade de começar
pelas nossas vidas tão diferentes, tão distantes...
Talvez pelo nosso medo de mudança
pela troca do certo pelo incerto...

Chegou ao fim o que mal começou
mesmo assim marcas profundas deixou
em mim, tenho certeza que sim,
mas em você, jamais saberei...

Cássia Vicente

julho 21, 2006

Amor... Feito Poesia

AMOR…
É um conceito divino,
É dimensão sem medida,
É viagem sem destino,
É melodia da vida.

AMOR…
É um caminho sem fim,
É não ter que perdoar,
É não querer e dizer sim,
É dar tudo o que há para dar!...

AMOR…
É voz da razão que cala,
É ter dor e não sentir,
É o silêncio que fala,
É ver o mundo sorrir.

AMOR…
É sopro de nostalgia,
É canção leve e suave,
É das trevas fazer dia,
É saber de quem não sabe.

AMOR…
É bem mais que sentimento,
É sussurro de magia,
É da alma o alimento,

AMOR…
É hoje aqui… feito poesia!...

Euclides Cavaco

julho 18, 2006

Ousar Sonhar

Não saibas: imagina…
Deixa falar o mestre, e devaneia...
A velhice é que sabe, e apenas sabe
Que o mar não cabe
Na poça que a inocência abre na areia

Sonha!

Inventa um alfabeto
De ilusões...
Um á-bê-cê secreto
Que soletres à margem das lições...
Voa pela janela

De encontro a qualquer sol que te sorri!

Asas? Não são precisas:
Vais ao colo das brisas,
Asas da fantasia...


Miguel Torga

julho 15, 2006

Eu e o Meu Cavalo Branco

Cavalgava no meu cavalo branco,
No imenso firmamento,
Pelas Campinas do pensamento,
Cavalgando no meu cavalo branco.
Suas enormes asas abertas,
Ao vento e ao espaço,

Entre nuvens de algodão,
Doce cansaço...
Minhas recordações,
Minhas emoções,
Juntavam-se entrelaçadas
Num logo abraço.
Correntes de saudades,
Estrelas faiscando,
Astros me iluminando,
Nas estradas espaciais.
Eu e meu cavalo alado,
Na sua brancura pura,
Placidamente planando,
Nas pradarias do céu.
Meu cavalo branco voando,
Nas correntes quentes da vida,
Nas estradas dos anjos,
Levando-me no seu dorso.
Seguindo uma luz divinal,
Luz pura, luz de amor,
No espaço dos deuses,
No coração a criança,
Bagagem de esperança,
No universo surdo.
Eu e meu cavalo branco,
Navegando, nos limites do absurdo.


Daniel Fiúza

julho 11, 2006

Encanta-me...

Saber que a distância é só um detalhe,
Que de alguma forma tu estás comigo
E que até meus sonhos podem ser verdade.

Encanta-me imaginar-me tua,
Fechar os olhos e sentir-me nos teus braços,
Todas as noites me banhar de lua
E aquecer-me com os teus abraços.

Encanta-me saber que existes,
Que o amor também te aconteceu.
E que agora já não sou tão triste
Porque não é amor somente meu.

Mesmo distantes e sendo apenas sonho,
Quero vivê-lo, não importa quanto!
Nos braços desse sonho eu me abandono
Para gritar ao mundo que apenas AMO.


Isabelle Mara

julho 09, 2006

Anjo Prodígio

Procuro na cinzenta noite
Um ser destemido
Que me guie neste perdido horizonte...
A tua sombra
Tornou-se o límpido reflexo
Da metade que me acolhe...
Pequenas e sublimes gotas
Deslizam pela minha face...
Não consigo fugir-me!
Vagueio por caminhos desentendidos...
Sinto o vazio da alma que me atormenta...
Já não me procuro. Perco-me...
Preencho apenas o espaço
De uma mancha negra
Colorida de gente
Que de mim se esqueceu...
Prodígio de luz,
Que emanas carinho e beleza,
Puro e fiel anjo,
Estás aí?
Transmite-me o brilho das estrelas!
Conta-me histórias de encantar
E deixa que me conforte no teu colo
Terno, sedoso e quente...
Posso?...


Fátima Manuela Bóia

julho 07, 2006

Canção Excêntrica

Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.

Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
projecto-me num abraço
e gero uma despedida.

Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.

Meu coração, coisa de aço
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.

Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida

Cecília Meireles

julho 01, 2006

Espelho das Águas

Meus olhos cansados procuram
Descanso no verde do mar
Como eu procurei em você
O descanso que a vida não dá
Seria talvez bem mais fácil
Deixar a corrente levar
Quem sabe no fundo eu quisesse
Que tu me viesses salvar
Depois lá no alto das nuvens
Você me ensinava a voar
Mais tarde no fundo da mata
Você me ensinava a beijar
Meus olhos cansados do mundo
Não se cansam de contemplar
Tua face teu riso moreno
Teus olhos do verde do mar
Meus olhos cansados de tudo
Não cansam de te procurar
Meus olhos procuram teus olhos
No espelho das águas do mar
Supõe que eu estivesse morrendo
Mas não te quisesse alarmar
Pensei que você não soubesse
Que eu me queria matar
Meus olhos cansados de tudo
Não cansam de te procurar
Meus olhos procuram teus olhos
No espelho das águas do mar


António Carlos Jobim