O que adoro em ti não é tua beleza
a beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste, não é triste em si,
mas pelo que há nela de fragilidade
e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito subtil,
tão ágil, tão luminoso,
nem é tua ciência
do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti
não é tua graça musical,
sucessiva e renovada a cada momento,
graça aérea como o teu próprio pensamento,
graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em tua natureza,
não é o profundo instinto paternal
em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem tua pureza
nem tua impureza
o que eu adoro em ti
lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti é a vida!
a beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste, não é triste em si,
mas pelo que há nela de fragilidade
e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito subtil,
tão ágil, tão luminoso,
nem é tua ciência
do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti
não é tua graça musical,
sucessiva e renovada a cada momento,
graça aérea como o teu próprio pensamento,
graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em tua natureza,
não é o profundo instinto paternal
em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem tua pureza
nem tua impureza
o que eu adoro em ti
lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti é a vida!
Manoel Bandeira
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