dezembro 17, 2005

Antítese Perfeita


Num dia chuvoso, lados opostos se encontram
Lábios mornos, corpos quentes
Se inflamam...
Tudo original e ao mesmo demodê,
Nostálgico como a nostalgia
Se unem dando vida a um romance entre o bem e o mal
Que misturam amor colossal, ódio quase mortal...
O sim se mistura com o não...
O dia termina no ocaso das trevas
E na penumbra da noite as paredes do quarto confessam
Antíteses perfeitas, exactas...
O frio, o calor
A noite clama...
Medo, ousadia
A cama...
O tudo, o nada
O suor flúi nos corpos ardentes...
A fidalguia, o populacho
A sedução impúdica...
Meiguice, açoite
Harmonia longínqua...
Desabrocha o ciúme ciumento
Nascente da desconfiança confiante,
Se amam, se odeiam.
Nunca foram francos
Tão pouco burlaram o espanto
São sinceros, são belos
Mentem com toda persuasão
Vivem tardes primaveris em noites de verão...
Ela é bela
Ele o rei da quimera
Ela refuta
Ele insiste, o sonho existe
Eles são brilhantes
São opostos, são tortos
Mas são amantes....

Allan Julianelli

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