Deixaste a margem do sonho
e emigraste para o outro lado Agora…
és apenas mais um exilado na margem da banalidade!
Aí…
Terra nua de surpresas
todos os gestos se repetem
inexoravelmente iguais
na sucessão dos dias e das noites…
e na voragem dos calendários vão esfriando
até se tornarem obviamente insuportáveis
Aí…
Areias onde não poisa o imprevisto
engordarás de tédio e de náusea
à mesa do quotidiano
até sufocares
na estreiteza dos fatos engomados…
Aí…
Chão alagado de silêncios
as palavras não têm fragrância de flor
nem sabem a mel…
e os amantes dizem “Olá, amor!”
como quem diz: “Acho que vai chover!…”
Aí…
Céu descolorido de romance
o Sol já não se ruboriza
quando pressente o odor da Lua
que a ele se entrega todas as noites
numa rotina de desencanto…
e a estrela polar nem estremece
à passagem do cometa
previsível todos os sábados à noite
Aí…
Lareira de fogos anémicos
o desejo coze em lume brando…
os beijos
oh! os beijos!…
trocam-se a horas certas
com a mesma ligeireza com que se escovam os dentes…
e o sexo
cada vez mais económico
vai dispensando a pouco e pouco
o luxo dos aperitivos
Espreito-te
da margem do sonho…
Aqui…
As palavras desabrocham com aroma de jasmim
e sabem a poema…
e quando os amantes dizem “Olá, amor!”
põem nas palavras corpo e alma
embalam-se em acordes de Chopin
Aqui…
O Sol não se acende todos os dias
mas queima rubro quando desponta…
a Lua
a Lua é uma deusa
que só se entrega num ritual sagrado…
e a estrela polar
habitualmente serena
rodopia em êxtase
se um cometa inesperado a visita
Aqui…
O fogo arde em labaredas
e o desejo ferve e transborda…
os beijos
oh! os beijos!…
tombam sem hora
como perlas de anis em bocas sedentas…
e o sexo
pródigo de iguarias
tem a volúpia de um momento raro…
corpo e alma em sincronia
destilando orgasmos cósmicos
em evasão para o Infinito
Espreito-te
da margem do sonho…
E choro-te!
Pobre emigrante exilado
na margem da banalidade…
e emigraste para o outro lado Agora…
és apenas mais um exilado na margem da banalidade!
Aí…
Terra nua de surpresas
todos os gestos se repetem
inexoravelmente iguais
na sucessão dos dias e das noites…
e na voragem dos calendários vão esfriando
até se tornarem obviamente insuportáveis
Aí…
Areias onde não poisa o imprevisto
engordarás de tédio e de náusea
à mesa do quotidiano
até sufocares
na estreiteza dos fatos engomados…
Aí…
Chão alagado de silêncios
as palavras não têm fragrância de flor
nem sabem a mel…
e os amantes dizem “Olá, amor!”
como quem diz: “Acho que vai chover!…”
Aí…
Céu descolorido de romance
o Sol já não se ruboriza
quando pressente o odor da Lua
que a ele se entrega todas as noites
numa rotina de desencanto…
e a estrela polar nem estremece
à passagem do cometa
previsível todos os sábados à noite
Aí…
Lareira de fogos anémicos
o desejo coze em lume brando…
os beijos
oh! os beijos!…
trocam-se a horas certas
com a mesma ligeireza com que se escovam os dentes…
e o sexo
cada vez mais económico
vai dispensando a pouco e pouco
o luxo dos aperitivos
Espreito-te
da margem do sonho…
Aqui…
As palavras desabrocham com aroma de jasmim
e sabem a poema…
e quando os amantes dizem “Olá, amor!”
põem nas palavras corpo e alma
embalam-se em acordes de Chopin
Aqui…
O Sol não se acende todos os dias
mas queima rubro quando desponta…
a Lua
a Lua é uma deusa
que só se entrega num ritual sagrado…
e a estrela polar
habitualmente serena
rodopia em êxtase
se um cometa inesperado a visita
Aqui…
O fogo arde em labaredas
e o desejo ferve e transborda…
os beijos
oh! os beijos!…
tombam sem hora
como perlas de anis em bocas sedentas…
e o sexo
pródigo de iguarias
tem a volúpia de um momento raro…
corpo e alma em sincronia
destilando orgasmos cósmicos
em evasão para o Infinito
Espreito-te
da margem do sonho…
E choro-te!
Pobre emigrante exilado
na margem da banalidade…
Carmo Vasconcelos
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