dezembro 29, 2006

Eu Escrevi Um Poema Triste

Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

Mário Quintana

dezembro 09, 2006

Medo

Ouve o grande silêncio destas horas!
Há quanto tempo não dizemos nada…
Tens no sorriso uma expressão magoada,
tens lágrimas nos olhos, e não choras!

As tuas mãos nas minhas demoras
numa eloquência muda, apaixonada…
Se o meu sombrio olhar de amargurada
procura o teu, sucumbes e descoras…

O momento mais triste de uma vida
é o momento fatal da despedida,
Vê como o medo cresce em mim, latente…

Que assustadora, enorme sombra escura!
Eis afinal, amor, toda a tortura:
- vejo-te ainda, e já te sinto ausente!

Virgínia Victorino

dezembro 01, 2006

Metades

Silêncio... deliciosa revelação que o som emudece...
As minhas metades... e as suas...

Somos sempre duas metades,
Porque a vida é feita de escolhas!

Somos o sim e o não,
Ainda que haja o talvez...

Somos o antes e o agora,
Ainda que estejamos sempre à espera do depois.

Somos luz e escuridão,
Simplesmente porque uma não pode existir sem a outra.

Somos corpo e espírito,
Embora a essência esteja na alma.

Somos medo e coragem,
Porque dentro de nós grita o desejo.

Somos vida e morte,
Mesmo que acreditemos na existência de apenas uma de cada vez.

Somos som e silêncio,
ainda que nossas vozes independam deles.

Somos um constante ir e vir,
Porque ainda que estejamos aqui, estamos também em outros lugares.

Somos dúvida e certeza,
Simplesmente porque ambas são idênticas.

Somos ilusão e realidade...
E em busca de nossas metades,
De nada nos adianta apenas saber,
É preciso sentir!

Porque somente saber, nada significa quando descobrimos
Que as nossas metades são igualmente sagradas...
E ambas só podem ser inteiras,
Quando se entregam à inexplicável magia do amor.


Rosana Braga

novembro 20, 2006

Última Lágrima

Dia haverá, que ao acordar de manhã,
pensarei em outras coisas que não sejam você.
Que não indagarei mais o porquê,
que terei transcendido esta saudade.
Que não sentirei por você, mais nada,
nem ao menos amizade...

Dia haverá, que não precisarei mais
saber como você tem passado:
Se feliz ou triste, se contente ou amuado.
Que não perguntarei mais de você
a ninguém, porque pouco me importará
se você estiver passando mal ou bem...

Dia haverá, que não pedirei mais a Deus
que você me escreva, que me ligue,
me procure ou dê sinal de vida.
Que não abrirei mais as cartas na mesa,
no afã de encontrar uma saída.
Que não precisarei mais lhe contar os detalhes
aqui da minha lida...

Dia haverá, que você estará banido da minha mente,
do meu destino, das minhas noites insones.
Que conseguirei olhar as estrelas,
sem chorar e sem gritar seu nome.
Que terei me sobreposto e dizimado este fadário.
Na última lágrima,
Na última conta do meu rosário.


Fátima Irene Pinto

novembro 12, 2006

Foi Feitiço

Eu gostava de olhar para ti
E dizer-te que és uma luz
Que me acende a noite
Me guia de dia e seduz

Eu gostava de ser como tu
Não ter asas e poder voar
Ter o céu como fundo
Ir ao fim do mundo e voltar

Eu não sei o que me aconteceu
Foi feitiço!
O que é que me deu?
P’ra gostar tanto assim de alguém
Como tu…

Eu gostava que olhasses p'ra mim
E sentisses que sou o teu mar
Mergulhasses sem medo
Um olhar em segredo
Só p’ra eu… te abraçar

O primeiro impulso
É sempre mais justo
É mais verdadeiro
E o primeiro susto
Dá voltas e voltas
Na volta redonda
De um beijo profundo


André Sardet

novembro 05, 2006

Adoro em Ti


O que adoro em ti não é tua beleza
a beleza, é em nós que ela existe.

A beleza é um conceito.
E a beleza é triste, não é triste em si,
mas pelo que há nela de fragilidade
e de incerteza.

O que eu adoro em ti,
não é a tua inteligência.

Não é o teu espírito subtil,
tão ágil, tão luminoso,
nem é tua ciência
do coração dos homens e das coisas.

O que eu adoro em ti
não é tua graça musical,
sucessiva e renovada a cada momento,
graça aérea como o teu próprio pensamento,
graça que perturba e que satisfaz.

O que eu adoro em tua natureza,
não é o profundo instinto paternal
em teu flanco aberto como uma ferida.

Nem tua pureza
nem tua impureza
o que eu adoro em ti
lastima-me e consola-me!

O que eu adoro em ti é a vida!


Manoel Bandeira

outubro 23, 2006

Tédio

Passo pálida e triste. Oiço dizer
"Que branca que ela é! Parece morta!"
E eu que vou sonhando, vaga, absorta,
Não tenho um gesto, ou um olhar sequer...

Que diga o mundo e a gente o que quiser!
-O que é que isso me faz?... O que me importa?...
O frio que trago dentro gela e corta
Tudo que é sonho e graça na mulher!

O que é que isso me importa?! Essa tristeza
É menos dor intensa que frieza,
É um tédio profundo de viver!

E é tudo sempre o mesmo, eternamente...
O mesmo lago plácido, dormente...
E os dias, sempre os mesmos, a correr...

Florbela Espanca

outubro 20, 2006

Nosso Amor Eterno

Que a necessidade dos nossos corpos
não seja tão somente prazer...
Que o brilho dos nossos olhos,
não expresse apenas a saudade...
Que os pensamentos que nos invadem,
não sejam apenas devaneios...
Que a minha esperança e a sua capacidade de se doar,
não sejam apenas um ato de caridade...
Que o amor que carregamos no nosso coração,
não seja apenas um breve amor...
Que tudo o que pudermos dizer um ao outro,
que seja dito enquanto exista a afinidade de ideias,
Que possamos não ocultar as mágoas e os ressentimentos.
Que o nosso ideal de vida seja o mesmo,
Que tudo o que sonharmos, seja conjunto,
Que nosso equilíbrio esteja na mesma medida...
Assim, quando não existir mais nenhum obstáculo entre nós,
possamos ser finalmente:
Uma grande história de amor!


Vilma Galvão

outubro 16, 2006

Balada de Sempre

Espero a tua vinda,
a tua vinda,
em dia de lua cheia.
debruço-me sobre a noite
inventando crescentes e luares.
Espero o momento da chegada
com o cansaço e o ardor de todas as chegadas.
Rasgarás nuvens, estradas,
abrindo clareiras
nas sebes e nas ciladas.
Saltarás por cima de mares,
de planícies e relevos
- ânsia alada
no meu desejo imaginada
Mas
enquanto deixo a janela aberta
para entrares
o mar
aí além,
lambe-me os braços hirtos, braços verdes
algas de sonho
- e desenha ironias na areia molhada

Fernando Namora

outubro 02, 2006

O Sol e a Lua

Quando o SOL e a LUA se encontraram pela primeira vez,
se apaixonaram perdidamente
e a partir daí começaram a viver um grande amor.

Acontece que o mundo ainda não existia
e no dia que Deus resolveu criá-lo,
deu-lhes então o toque final... o brilho !

Ficou decidido também que o SOL iluminaria o dia
e que a LUA iluminaria a noite,
sendo assim, seriam obrigados a viverem separados.

Abateu-se sobre eles uma grande tristeza
quando tomaram conhecimento
de que nunca mais se encontrariam.

A LUA foi ficando cada vez mais amargurada,
mesmo com o brilho que Deus havia lhe dado,
ela foi se tornando solitária.

O SOL por sua vez havia ganhado
um título de nobreza "ASTRO REI",
mas isso também não o fez feliz.

Deus então chamou-os e explicou-lhes:
Vocês não devem ficar tristes,
ambos agora já possuem um brilho próprio.

Você LUA, iluminará as noites frias e quentes,
encantará os enamorados
e será diversas vezes motivo de poesias.
Quanto a você SOL, sustentará esse título
porque será o mais importante dos astros,
iluminará a terra durante o dia,
fornecerá calor para o ser humano
e a sua simples presença fará as pessoas mais felizes.

A LUA entristeceu-se muito com seu
terrível destino e chorou dias a fio...
já o SOL ao vê-la sofrer tanto,
decidiu que não poderia deixar-se
abater pois teria que dar-lhe forças e ajudá-la
a aceitar o que havia sido decidido por Deus.

No entanto sua preocupação era tão grande
que resolveu fazer um pedido a ELE:
Senhor, ajude a LUA por favor,
ela é mais frágil do que eu,
não suportará a solidão...
E Deus em sua imensa bondade criou então
as estrelas para fazerem companhia a ela.

A LUA sempre que está muito triste
recorre as estrelas que fazem de tudo
para consolá-la, mas quase sempre não conseguem.

Hoje eles vivem assim... separados,
o SOL finge que é feliz, a LUA não
consegue esconder que é triste.

O SOL ainda esquenta de paixão pela LUA
e ela ainda vive na escuridão da saudade.

Dizem que a ordem de Deus era que a LUA
deveria ser sempre cheia e luminosa,
mas ela não consegue isso....
porque ela é mulher, e uma mulher tem fases.
Quando feliz consegue ser cheia,
mas quando infeliz é
minguante e quando minguante nem sequer
é possível ver o seu brilho.

LUA e SOL seguem seu destino,
ele solitário mas forte,
ela acompanhada das estrelas, mas fraca.
Humanos tentam a todo instante conquistá-la,
como se isso fosse possível.
Vez por outra alguns deles vão até ela
e voltam sempre sozinhos, nenhum deles
jamais conseguiu trazê-la até a terra,
nenhum deles realmente conseguiu conquistá-la,
por mais que achem que sim.
Acontece que Deus decidiu que
nenhum amor nesse mundo seria de todo
impossível, nem mesmo o da LUA e o do SOL...
e foi aí então que ele criou o eclipse.

Hoje SOL e LUA vivem da espera desse instante,
desses raros momentos que lhes foram concedidos
e que custam tanto a acontecer.
Quando você olhar para o céu a partir de agora
e vir que o SOL encobriu a LUA
é porque ele deitou-se sobre ela e começaram a se amar
e é ao ato desse amor que se deu o nome de eclipse.
Importante lembrar que o brilho
do êxtase deles é tão grande que
aconselha-se não olhar para o céu nesse momento,
seus olhos podem cegar de ver tanto amor.

Bem, mas na terra também existe sol e lua...
e portanto existe eclipse....
mas essa era a única parte da história
que você já sabia, não era?


Silvana Duboc

agosto 07, 2006

Encerrado

Olá a todos/as.
Como sabem o mundo da blogosfera exige tempo, dedicação e disposição. Neste momento não reúno algumas das condições para continuar. Por isso resolvi “dar férias ao blog” por tempo indeterminado. Não sei quando voltarei… pode ser daqui a 1 semana ou 1 mês…o tempo o dirá.
A todos que por aqui têm passado o meu muito obrigada.
Até um dia destes e um GRANDE beijo para todos/as.

Isa

julho 31, 2006

Quando Choro

Hoje chorei...

Chorei de alegria porque te li...
Chorei de tristeza porque não te vi...
Choro agora porque não estas aqui...
Choro agora porque te perdi...

As lágrimas escorrem-me pelo rosto,
parecem queimar enquanto passam pela pele...
Cada lágrima, uma palavra tua...
Cada ardor, o minuto que passo sem ti...


Poema retirado com a devida autorização do blog:

http://criadorsonhos.blogspot.com/

julho 27, 2006

Chegou ao Fim o Que Mal Começou

Chegou ao fim nossa história de amor
que mal começou,
não porque não quis
mas porque não pôde acontecer...

Chegou ao fim nossos sonhos
ou foram só meus os sonhos?
Não sei dizer...
Mas prefiro acreditar que foram nossos os sonhos...

Chegou ao fim o que nem teve oportunidade de começar
pelas nossas vidas tão diferentes, tão distantes...
Talvez pelo nosso medo de mudança
pela troca do certo pelo incerto...

Chegou ao fim o que mal começou
mesmo assim marcas profundas deixou
em mim, tenho certeza que sim,
mas em você, jamais saberei...

Cássia Vicente

julho 21, 2006

Amor... Feito Poesia

AMOR…
É um conceito divino,
É dimensão sem medida,
É viagem sem destino,
É melodia da vida.

AMOR…
É um caminho sem fim,
É não ter que perdoar,
É não querer e dizer sim,
É dar tudo o que há para dar!...

AMOR…
É voz da razão que cala,
É ter dor e não sentir,
É o silêncio que fala,
É ver o mundo sorrir.

AMOR…
É sopro de nostalgia,
É canção leve e suave,
É das trevas fazer dia,
É saber de quem não sabe.

AMOR…
É bem mais que sentimento,
É sussurro de magia,
É da alma o alimento,

AMOR…
É hoje aqui… feito poesia!...

Euclides Cavaco

julho 18, 2006

Ousar Sonhar

Não saibas: imagina…
Deixa falar o mestre, e devaneia...
A velhice é que sabe, e apenas sabe
Que o mar não cabe
Na poça que a inocência abre na areia

Sonha!

Inventa um alfabeto
De ilusões...
Um á-bê-cê secreto
Que soletres à margem das lições...
Voa pela janela

De encontro a qualquer sol que te sorri!

Asas? Não são precisas:
Vais ao colo das brisas,
Asas da fantasia...


Miguel Torga

julho 15, 2006

Eu e o Meu Cavalo Branco

Cavalgava no meu cavalo branco,
No imenso firmamento,
Pelas Campinas do pensamento,
Cavalgando no meu cavalo branco.
Suas enormes asas abertas,
Ao vento e ao espaço,

Entre nuvens de algodão,
Doce cansaço...
Minhas recordações,
Minhas emoções,
Juntavam-se entrelaçadas
Num logo abraço.
Correntes de saudades,
Estrelas faiscando,
Astros me iluminando,
Nas estradas espaciais.
Eu e meu cavalo alado,
Na sua brancura pura,
Placidamente planando,
Nas pradarias do céu.
Meu cavalo branco voando,
Nas correntes quentes da vida,
Nas estradas dos anjos,
Levando-me no seu dorso.
Seguindo uma luz divinal,
Luz pura, luz de amor,
No espaço dos deuses,
No coração a criança,
Bagagem de esperança,
No universo surdo.
Eu e meu cavalo branco,
Navegando, nos limites do absurdo.


Daniel Fiúza

julho 11, 2006

Encanta-me...

Saber que a distância é só um detalhe,
Que de alguma forma tu estás comigo
E que até meus sonhos podem ser verdade.

Encanta-me imaginar-me tua,
Fechar os olhos e sentir-me nos teus braços,
Todas as noites me banhar de lua
E aquecer-me com os teus abraços.

Encanta-me saber que existes,
Que o amor também te aconteceu.
E que agora já não sou tão triste
Porque não é amor somente meu.

Mesmo distantes e sendo apenas sonho,
Quero vivê-lo, não importa quanto!
Nos braços desse sonho eu me abandono
Para gritar ao mundo que apenas AMO.


Isabelle Mara

julho 09, 2006

Anjo Prodígio

Procuro na cinzenta noite
Um ser destemido
Que me guie neste perdido horizonte...
A tua sombra
Tornou-se o límpido reflexo
Da metade que me acolhe...
Pequenas e sublimes gotas
Deslizam pela minha face...
Não consigo fugir-me!
Vagueio por caminhos desentendidos...
Sinto o vazio da alma que me atormenta...
Já não me procuro. Perco-me...
Preencho apenas o espaço
De uma mancha negra
Colorida de gente
Que de mim se esqueceu...
Prodígio de luz,
Que emanas carinho e beleza,
Puro e fiel anjo,
Estás aí?
Transmite-me o brilho das estrelas!
Conta-me histórias de encantar
E deixa que me conforte no teu colo
Terno, sedoso e quente...
Posso?...


Fátima Manuela Bóia

julho 07, 2006

Canção Excêntrica

Ando à procura de espaço
para o desenho da vida.
Em números me embaraço
e perco sempre a medida.

Se penso encontrar saída,
em vez de abrir um compasso,
projecto-me num abraço
e gero uma despedida.

Se volto sobre o meu passo,
é já distância perdida.

Meu coração, coisa de aço
começa a achar um cansaço
esta procura de espaço
para o desenho da vida.

Já por exausta e descrida
não me animo a um breve traço:
- saudosa do que não faço,
- do que faço, arrependida

Cecília Meireles

julho 01, 2006

Espelho das Águas

Meus olhos cansados procuram
Descanso no verde do mar
Como eu procurei em você
O descanso que a vida não dá
Seria talvez bem mais fácil
Deixar a corrente levar
Quem sabe no fundo eu quisesse
Que tu me viesses salvar
Depois lá no alto das nuvens
Você me ensinava a voar
Mais tarde no fundo da mata
Você me ensinava a beijar
Meus olhos cansados do mundo
Não se cansam de contemplar
Tua face teu riso moreno
Teus olhos do verde do mar
Meus olhos cansados de tudo
Não cansam de te procurar
Meus olhos procuram teus olhos
No espelho das águas do mar
Supõe que eu estivesse morrendo
Mas não te quisesse alarmar
Pensei que você não soubesse
Que eu me queria matar
Meus olhos cansados de tudo
Não cansam de te procurar
Meus olhos procuram teus olhos
No espelho das águas do mar


António Carlos Jobim

junho 27, 2006

Apenas Por Que Há

Existe um vazio
Entre a tinta e o papel
Entre o dito e o silêncio
Entre a passividade e o ato
Entre o feito e o esquecido
Entre o amar e o depender
Entre a filosofia e a prática
Entre a crença e a realidade
Entre tudo que sinto
E o nada que encontro

Beatriz Camelo

junho 25, 2006

Reflexões

“Quero-te não por quem és, e sim por quem sou quanto estou contigo”

“Nenhuma pessoa merece as tuas lágrimas, e se houver quem as mereça, ela não te fará chorar”

“Só porque alguém não te ame como tu queres, não significa que não te ame com todo o seu ser”

“Um verdadeiro amigo é quem te dá a mão e te toca o coração”

“A pior forma de amar alguém é estar sentado a seu lado e saber que nunca o poderás ter”

“Nunca deixes de sorrir, nem sequer quando estás triste, porque nunca sabes quem se pode enamorar pelo teu sorriso”

“Podes ser somente uma pessoa para o mundo, porém, para alguma pessoa tu és o seu mundo”

“Não passes o teu tempo com alguém que não esteja disposta a passá-lo contigo”

“Queira Deus que conheças muita gente errada antes de conheceres a pessoa adequada, para que quando por fim a conheças, possas estar agradecido”

“Não chores porque já terminou, sorri porque aconteceu”

“Sempre haverá gente que te desiluda, por isso o que tens que fazer é seguir confinado e só ser mais cuidadoso em quem confiares duas vezes”

“Transforma-te numa pessoa melhor e assegura-te de saber quem és antes de conhecer alguém mais e deixar que essa pessoa te veja como eras”

“Não te enfureças tanto, as melhores coisas sucedem quando menos as esperas”

“TUDO O QUE SUCEDE , SUCEDE POR ALGUMA RAZÃO”

Gabriel García Márquez

junho 23, 2006

Eu e Você


De repente, envolto em chamas,
Meu corpo precisa do teu.

Meus poros transpiram, minha mente se assanha,

E não sei mais o que fazer sem teus lábios nos meus.


Penso em nós dois...

E que tristeza...estás tão longe!
Fico aqui no meu canto, deixo tudo pra depois...

E penso nos nossos dias juntos...em um único instante!


Não sei descrever o que sinto por você,

Ora, fogo que queima,

Ora, carinho delicadeza, bem querer,

Ora, choro que não deixo cair...

Mas ele teima em rolar!


E me encontro derrotada

Arrasada, dilacerada, apaixonada...


Se tivesses noção do quanto te amo...

Se não te vejo hoje...choro!

Amanhã...morro!

Vou afundando cada vez mais,

nesse poço de te amar...


Minha vida e meus dias,

se tornam tão lindos com você...
Inspirando você,

expirando você,

querendo você!


Teus lábios, não posso beijar,

muito menos teu corpo abraçar.

Só me resta mesmo, te amar!

E cumprirei minha pena,

presa no teu coração,

sem reclamar.


Irei tocar-te o rosto, ao dormires,

e dar-te o melhor beijo que já provastes!
Com carinho...devagar...

E com ousadia, tocar-te.

" sonhando "...


Brincar com o teu cabelo,

dar um novo significado à amor.

Descansar, dormir, com o rosto recostado em teu peito.

Ir com você, pra onde você for...

" sonhando... "


Andréa Borba Pinheiro

junho 21, 2006

Castelos de Areia

Compreendi que tudo em nossas vidas,
todas as coisas que gastam tanto de nosso tempo
e da nossa energia para construir,
tudo é passageiro, tudo é feito de areia;
o que permanece é só o relacionamento
que temos com as outras pessoas.
Mais cedo ou mais tarde, uma onda virá e destruirá
ou apagará o que levamos tanto tempo para construir.
E quando isso acontecer,
somente aquele que tiver as mãos de outro alguém para segurar,
será capaz de rir e recomeçar.

(Autor Desconhecido)

junho 19, 2006

Vontade de Um Abraço

De repente deu vontade de um abraço.
Uma vontade de entrelaço, de proximidade..
de amizade. sei lá..

Talvez um aconchego que enfatize a vida e
amenize as dores...
Que fale sobre os amores,
que seja teimoso e ao mesmo tempo forte.

Deu vontade de poder rever saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo e preencha todo espaço
mas que faça lembrar do carinho, que surge devagarzinho
da magia da união dos corpos, das auras..sei lá..

Lembrar do calor das mãos
acariciando as costas a dizer.. "estou aqui."
Lembrar do trançar dos braços envolventes
e seguros afirmando "estou com você"..
Lembrar da transfusão de forças
com a suavidade do momento ..sei lá..
abraço...abraço...abraço...
abraço...abraço..abraço...
abraço...abraço...abraço...

O que importa é a magia deste abraço!
A fusão de energia que harmoniza,
integra tudo, e que se traduz
no cosmo, no tempo e no espaço.
Só sei que agora deu vontade desse abraço!!
Que afaste toda e qualquer angústia.
Que desperte a lágrima da alegria, e acalme o coração..
Que traduza a amizade ,o amor e a emoção.
E para um abraço assim só pude pensar em você....
nessa sua energia, nessa sua sensibilidade
que sabe entender o por quê...
dessa vontade desse abraço.


Vinicius de Moraes

junho 14, 2006

Bolero

Segure minha mão com firmeza,
mas com carinho.
Olhe nos meus olhos bem fundo
enquanto eu te olho
no fundo dos seus olhos.
Enxergue minha alma
enquanto traduzo seus sonhos
e deixe que a gente flutue
bem juntos em uma só energia.

Vamos dançar juntos
como se voássemos
em uma nuvem exclusiva toda nossa.
E enquanto dançamos,
eu te beijo
e você me beija
e a essa altura
já não sou eu, nem você.

Somos nós dois, em um apenas.
Dois seres, dois corpos,
um sentimento,
uma dança,
uma alma única.

Carlos Drummond de Andrade

junho 12, 2006

Para Quê Complicar?

Não precisas de presentes
Nem rimas, nem flores, nem nada
Basta trazeres o que sentes
E chegares de madrugada
Perde as mãos pelo meu corpo
Faz-me calar com um beijo
Como se eu fosse o teu porto
E tu meu mar de desejo

Deixa falar a paixão
Não faças juras de amor
É só carinho e tesão
Suor, gemidos, calor

Enrosca-te no meu seio
Os corações a bater
Sem confusão, sem rodeio
Mais simples não pode ser.

Rosa Cordeiro

junho 10, 2006

A Força de Um Homem

A força de um homem não é vista na largura de seus ombros.
Vê-se na largura de braços que o rodeiam.

A força de um homem não está no tom profundo de sua voz.
Está nas palavras delicadas que sussurra.

A força de um homem não é medida por quantos amigos ele tem.
É medida no quanto é um bom amigo com seus filhos.

A força de um homem não está em como é respeitado no trabalho.
Está em como é respeitado em repouso.

A força de um homem não está no cabelo em seu peito.
Está no coração que se encontra dentro de seu peito.

A força de um homem não está em quantas mulheres amou.
Está em se ele pode verdadeiramente amar uma mulher.

A força de um homem não está em como duramente bate.
Está em como amorosamente ele toca.

A força de um homem não está no peso que pode levantar.
Está na carga que pode compreender e superar.

Maxine Chong

junho 08, 2006

Ausência

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua


Sophia de Mello Breyner Andresen

junho 06, 2006

Desejos...

Quero-te, sinto tua presença invisível,
teu cheiro que exala no ar,
procuro mas tu não estás,
aguardo o momento,
teu corpo está ausente,
mas minha mente em ti, sempre presente,
necessitando-te, desejando-te.

No momento do encontro,
queimo, sinto-me flutuando
o coração disparando,
minha imaginação, navega no absurdo
da incompreensão, foge-me a razão,
sou uma nau sem rumo,
navegando num mar revolto de desejos.

Fico imóvel, o desejo invade-me,
possuí-me, tens-me como refém,
minha razão é inexistente,
somente o desejo existe e persiste.

E em cada partida tua,
fico a olhar inerte,
o absurdo do infinito e
novamente a emoção invade
o meu coração, não raciocino,
te quero, te necessito,
te desejo.....te desejo

Roberto Dantas

junho 03, 2006

Metade de Mim

Que a força do medo que tenho,
não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo que eu acredito
não me tape os ouvidos e a boca.

Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio…

Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda, que triste…

Que a mulher que eu amo
seja sempre amada,
mesmo que distante.

Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimento.

Porque metade de mim é o que eu ouço,
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.

Que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.

Porque metade de mim é o que eu penso,
Mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste,
E que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que eu me lembro de ter dado na infância.

Porque metade de mim
é a lembrança do que eu fui,
a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me aquietar o espírito.

E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.

Porque metade de mim é abrigo,
mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos apronte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.

E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.

Porque metade de mim é plateia
e a outra metade, a canção.

E que a minha loucura seja perdoada.

Porque metade de mim é amor,
e a outra metade…
também!


Oswaldo Montenegro

junho 01, 2006

Um Dos Capítulos

Ainda te falta
dizer isto: que nem tudo
o que veio
chegou por acaso. Que há
flores que de ti
dependem, que foste
tu que deixaste
algumas lâmpadas
acesas. Que há
na brancura
do papel alguns
sinais de tinta
indecifráveis. E
que esse
é apenas
um dos capítulos do livro
em que tudo
se lê e nada
está escrito.


Albano Martins

maio 30, 2006

Ontem

Ontem, foi apenas mais um dia que passou,
Sem dar por isso, se dele não há lembrança,
Mas se dele, alguma coisa nos ficou,
Que ela seja, o alimentar duma esperança.

Ontem foi apenas, mais uma pétala caída…
Que mal caiu, foi levada pelo vento,
Dessa flor, que retrata a nossa vida,
No seu mais permanente movimento.

Para onde foi cada pétala desfolhada?
Da frágil flor, que ainda tem perfume…
Porquê? O vento as levou sem dizer nada!...

Bem sei que nada vale o meu queixume,
Porque cada ontem, é memória mitigada…
Do breve tempo… A que a vida se resume!...


Euclides Cavaco

maio 28, 2006

Irrompe

Irrompe do teu corpo iluminado
toda a luz de que o mundo sente falta
Não a que mais reluz. Só a mais alta
Só a que nos faz ver o outro lado

do bosque onde o Futuro e o Passado
defrontam o Presente que os assalta
num combate indeciso a que nem falta
o sabor de saber-se ilimitado

Irrompe assim a luz entre os extremos
da mesma renovada madrugada
E vibra a cada instante um novo grito

Com essa luz do grito é que nós vemos
que Passado e Futuro não são nada
apenas o presente é infinito

David Mourão Ferreira

maio 25, 2006

O Que Há em Mim é Sobretudo Cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas.

Essas e o que faz falta nelas eternamente;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço, Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos