Saudade, de novo e agora. Saudade, já nem me lembrava.
De quando tu fostes embora.
Saudade, de novo, voltastes. A ausência que incomoda.
Saudade, me deixe em paz. Embora por ti tenha apreço.
Talvez por isso a mereça. Nunca me abandonastes.
Saudade, afinal, quem és tu? O que desejas de mim?
Se for a que vai vem. Essa eu conheço bastante. Já te peguei em flagrante.
Quando ela bem distante. Deixou-me contigo a chorar.
E pude então aprender. E posso agora ensinar.
A saudade é a dor da partida. Saudade, o querer sofrido.
Saudade, o choro, o gemido. Um desejo reprimido.
Saudade tem nome e tem cheiro. Perfume e calor ardente.
Guardados na nossa mente.
Com saudade, não se vive. Quando muito, pela metade.
Saudade é o calar sufocante. É o próprio desencanto.
É a vontade de morrer. Envolto em boas lembranças.
Saudade é a dor presumida. É ferida que não sara.
Sem a presença devida.
Saudade é solitária.
Um nó seco na garganta. Saudade, não adianta. É como a seca do nordeste.
Convive-se com ela.
Torcendo pra que a chuva, volte logo e nos alegre.
É planta bem aguada, que nasce dentro da gente.
Regada com muita lágrima.
Saudade é solidão. A solidão esperada. A solidão inconformada.
Saudade, ninguém esconde. Saudade é sempre saudade. Consola e não agrada.
Saudade demora mais. Demora pra ir embora.
Seja um dia ou um ano, de saudades, tanto faz
A saudade é dor infinda. De um momento ou de alguém.
Saudade, por fim, não discuto.
Na sabedoria do povo, é como diz o matuto
Vontade de ver de novo.
janeiro 27, 2006
Saudade
Domingos Oliveira Medeiros
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