março 18, 2006

Acalanto Para a Dor

Hoje guardo os poemas que te fiz
Recolho as rimas, as palavras loucas
Os versos amarrotados, amontoo

Hoje desejo o inexplicável
Acariciar o nada, sentir o vazio
Alhear-me de qualquer lamento

Hoje prefiro a imprecisão, o disfarce
Asfixiem os tolos suspiros e murmúrios
Ou qualquer voz que fale de saudade

Hoje embrulho a ilusão, a espera
Engaveto os delírios e quimeras
Lavo-me dos cheiros das promessas

Hoje não me falem de poesia
Emudeçam o sol, vigiem a lua

Silêncio!! Minha dor quer apenas dormir...


Fernanda Guimarães

Sem comentários: