março 30, 2006

Teia de Aranha

Teci durante a noite a teia astuciosa
dum poema.
Armei o laço ao sol que há-de nascer.
Rede frágil de versos.
É nela que o meu sono se futura
Eterno e natural,
Embalado na própria sepultura.
Vens ou não vens, agora astro real,
Doirar os fios desta baba impura?

Miguel Torga

Sem comentários: