fevereiro 21, 2006

Metamorfose


Qual larva muda de cor e forma
em seus pensamentos noturnos.
Amarela de manhã
preta à noite.
Nesta mudança trocante
muda a vida, os sonhos, os desejos
criados e não saciados,
sem coragem de confessar ao mundo
o seu amor.

Tão grande que não cabe mais no peito.
Estonteante que não sabe mais o que dizer
para se conter
para não morrer do mal de amor.

Metamorfose da vida
sentida
amarga qual fel
sem mel
sem nada para destravar
essa secura de sua boca tão pura.

Metamorfose se metamorfoseando
sem nada querer sentir
fugindo, cada vez mais
para não entrar no labirinto da dor
de amor.

Eda Carneiro da Rocha

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